GESTÃO DE RISCO CAMBIAL BASEADA NO CONCEITO DE VALUE-AT-RISK (VaR): UMA APLICAÇÃO EM UMA EMPRESA NÃO FINANCEIRA
Palavras-chave:
Value-at-Risk-VaR, Operações de swap cambial, Empresas não financeirasResumo
Nos últimos cinco anos, o Brasil experimentou um longo período de valorização do real frente ao dólar norte-americano, fazendo com que empresas não financeiras passassem a utilizar derivativos para gerenciar as suas exposições cambiais, seja como mecanismo de hedge ou de alavancagem. Tais operações são realizadas sem que ocorra o estabelecimento de uma política formal para a operação com derivativos, em que o estabelecimento de um limite na exposição máxima de risco poderia se constituir em um poderoso instrumento de governança corporativa. Dessa forma, o presente artigo tem por objetivo demonstrar uma proposta de política de gestão de risco cambial a partir da utilização do Value-at-Risk-VaR, específica para operações com derivativos em empresas não financeiras. Para isso, aplicou-se o modelo em uma série de retornos diários em reais por dólar (PTAX) composta por 1.132 observações, as quais compreendiam o período de 29/03/2004 a 30/09/2008. Posteriormente, para a estimação da volatilidade foi utilizado o modelo EGARCH (Exponential General Autoregressive Conditional Heteroskedastic). A estimação do VaR foi realizada em uma carteira de empréstimos com swap cambial de uma empresa não financeira do setor de autopeças localizada no Rio Grande do Sul, a qual possuía atividade de exportação e registro como companhia de capital aberto junto a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O VaR Cambial gerado pelo modelo EGARCH foi testado pela Simulação de Monte Carlo, onde demonstrou um alto grau de aderência do modelo.