DÍVIDA PÚBLICA, BANCOS E TRANSMISSÃO DA POLÍTICA MONETÁRIA: UMA AVALIAÇÃO EMPÍRICA DO REGIME DE METAS DE INFLAÇÃO NO BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.22456/2176-5456.22023Palavras-chave:
Política monetária, Canal de empréstimos bancários, Canal da taxa de juros, Mecanismos de transmissão monetáriaResumo
O objetivo do artigo é discutir se há obstrução no mecanismo de transmissão e, por consequência, ineficácia da política monetária no Brasil para o período posterior à implementação do regime de metas de inflação. Para isso, o trabalho inicia com uma análise descritiva que aponta que, após a adoção do regime de metas de inflação, houve mudança na composição da dívida pública e o aumento da concentração do setor bancário, o que indica que a política monetária seguiu uma trajetória de ganho de eficácia e que a transmissão monetária tenha participação efetiva nesse ganho. Partiu-se, então, para a análise empírica, com a aplicação e a estimação de modelos VAR para o período integral (1996 a 2007) e para o período de metas de inflação (2000 a 2007). Os resultados indicam que há diferença ao se tomar apenas o período de metas de inflação. Percebe-se uma mudança não desprezível no comportamento das variáveis entre os modelos estimados para os dois períodos. Os resultados para o período de metas de inflação sugerem que ocorreram ganhos de eficácia da política monetária para determinar variações no produto e na inflação. O comportamento dos bancos indica que não há obstruções claras provocadas pelos mesmos na transmissão monetária.