Um Brasil Maxixe: Representações Culturais e Identitárias em Composições desse Gênero Musical

Autores

  • Débora Bender Feevale-CNPq
  • Juracy Assmann Saraiva Feevale-CNPq

DOI:

https://doi.org/10.22456/1984-1191.94753

Palavras-chave:

Maxixe. Representação. Cultura. Identidade. Miscigenação.

Resumo

Resumo: A teoria da sustentação da identidade brasileira sobre o amálgama de  três raças, que surgiu na virada do século XIX para o século XX, foi uma tentativa de compreender e de explicar a cultura brasileira. Ela pressupunha a miscigenação como resultado da convivência harmônica de três raças –  a branca, a indígena e a negra  ̶  e como marca fundamental da identidade brasileira, concepção que deixou resquícios no imaginário nacional e estrangeiro e ainda vigora na atualidade. O maxixe, que se efetiva pela ruptura e pela articulação de ritmos europeus e afro-brasileiros, pode ser considerado reflexo desse processo. O presente artigo investiga representações culturais e identitárias, expressas em letras de quatros maxixes que alcançaram sucesso no Brasil, no final do século XIX, para discutir sua correlação com a teoria da convergência das três raças.

 

Palavras-chave: Maxixe. Representação. Cultura. Identidade. Miscigenação.

 

 

A BRAZIL MAXIXE: CULTURAL AND IDENTITY REPRESENTATIONS IN COMPOSITIONS OF THAT MUSICAL GENRE

 

 

Abstract: The theory of the three races, which emerged at the turn of the nineteenth century to the twentieth century, was an attempt to understand and explain the Brazilian culture. It presupposed the miscegenation as a reflection of the harmonious coexistence of three ethnicities  ̶  the white, the indigenous and the black  ̶  and as a fundamental mark of the Brazilian identity, conception that left traces in the national and foreign imagery until the present days. The maxixe, since it is configured in the disruption and in the articulation of European and Afro-Brazilian rhythms, can be considerer as a reflex of this process. This article investigates the Brazilian cultural and indentity representations present in the lyric of four maxixes, which were successful in Brazil, in the late nineteenth century, to discuss its correlation with the convergence theory of the three races.

 

Palavras-chave: Maxixe. Representation. Culture. Identity. Miscegenation.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Débora Bender, Feevale-CNPq

Doutora em Processos e Manifestações Culturais pela Universidade Feevale. Professora da rede pública e privada.

Juracy Assmann Saraiva, Feevale-CNPq

Pós-Doutora em Teoria Literária pela Universidade Estadual de Campinas. Professora e pesquisadora da Universidade Feevale. Coordenadora do Mestrado Profissional em Letras e bolsista de produtividade do CNPq.

Referências

BIGNAMI, Rosana. A imagem do Brasil no Turismo: construção, desafios e vantagens competitivas. São Paulo: Editora Aleph, 2005.

BOSI, Alfredo. Plural mas não caótico. In: ____________. Cultura brasileira. Temas e situações. São Paulo: Ática, 2008, p. 7-14.

CAMINHA, Pero Vaz de. A carta de Caminha. Disponível em http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/carta.pdf. Acesso em: 15 nov. 2017.

CANÇADO, Tânia Lopes. O “fator atrasado” na música brasileira: evolução, características e interpretação. Per musi, v.2, Belo Horizonte, 2000, p.5-14. Disponível em: http://www.musica.ufmg.br/permusi/port/numeros/02/num02_cap_01.pdf. Acesso em 05 abr. 2019.

DAMATTA, Roberto. O que faz o Brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 1986.

EFEGÊ, Jota. Maxixe: a dança excomungada. Rio de Janeiro: FUNARTE, 2009.

FREYRE, Gilberto. Casa-grande e senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. 49. ed. São Paulo: Global, 2004.

HALL, Stuart. Cultura e Representação. Tradução: William Oliveira e Daniel Miranda. Rio de Janeiro: PUC-Rio: Apicuri, 2016.

LOPES, Antônio Herculano. Vem cá, mulata. Tempo, v. 13, n. 26, Niterói, 2009. Disponível em: http://www.historia.uff.br/tempo/artigos_dossie/v13n26a05.pdf. Acesso em 01 jan. 2018.

MARIZ, Vasco. História da música no Brasil. Rio de Janeiro, RJ: Nova Fronteira, 2005.

ORTIZ, Renato. Cultura brasileira e identidade nacional. São Paulo: Editora Brasiliense, 2006.

SEIGEL, Micol; GOMES, Tiago de Melo. Sabina das Laranjas: gênero, raça e nação na trajetória de um símbolo popular, 1889-1930. Revista Brasileira de História. São aulo, v. 22, nº 43, pp. 171-193, 2002. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/rbh/v22n43/10916.pdf. Acesso em 30 dez. 2017.

SEVERIANO, Jairo. Uma história da música popular brasileira. São Paulo: Editora 34, 2008.

TEATRO de Revista. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2019. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo614/teatro-de-revista>. Acesso em: 20 de fev. 2019. Verbete da Enciclopédia.

TINHORÃO, José Ramos. Pequena história da música popular. São Paulo: Círculo do Livro, 1975.

____________________ . Pequena história da música popular. São Paulo: Editora 34, 2013.

Downloads

Publicado

2019-07-26

Como Citar

BENDER, D.; SARAIVA, J. A. Um Brasil Maxixe: Representações Culturais e Identitárias em Composições desse Gênero Musical. ILUMINURAS, Porto Alegre, v. 20, n. 50, 2019. DOI: 10.22456/1984-1191.94753. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/iluminuras/article/view/94753. Acesso em: 28 mar. 2024.