Cultura e violência na República Velha Rio-Grandense: os processos-crime de homicídio e lesão corporal da Comarca de Soledade
Palavras-chave:
Violência, Cultura, Processos criminaisResumo
Entre o final do século XIX e os primeiros trinta anos do século XX, ocorreu no Rio Grande do Sul e no Brasil um conjunto de transformações políticas, socioeconômicas e socioculturais que atingiram diversos âmbitos da sociedade, onde, tais alterações, fizeram parte de um quadro mais amplo de transição, expansão e consolidação do sistema capitalista. O aprofundamento dos conflitos sociais e das contradições estruturais nessa conjuntura histórica, provocou, em muitos casos, a eclosão da violência entre indivíduos e grupos sociais, especialmente, por conta de disputas político-partidárias, pela posse/propriedade de terras ou devido a atuação repressiva das autoridades policiais e judiciais. Contudo, a análise quantitativa dos processos-crime de homicídio e lesão corporal da 1ª Vara do Civil e do Crime da Comarca de Soledade; a interpretação das falas de réus, vítimas e testemunhas, bem como as autuações, acusações e defesas produzidas pelos operadores de direito, permitiram compreender que por detrás desses conflitos interpessoais, havia um conjunto mais amplo de valores morais, formas de comportamento e normas socioculturais, onde o uso da violência como forma de resolver os impasses/problemas cotidianos, estava interligado aos habitus e costumes que caracterizavam a sociedade norte-rio-grandense. Assim, este artigo tem por objetivo refletir sobre as imbricações entre violência e cultura na região de Soledade durante a República Velha.
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