“Trabalhar não cansa, descansar cansa”: um olhar sobre o trabalho realizado pelos internados de instituições psiquiátricas

Autores

  • Viviane Borges

Palavras-chave:

doentes mentais, colônia agrícola, laborterapia,

Resumo

A frase que dá título ao presente estudo, proferida por uma paciente do Hospício Juquery, em São Paulo, ilustra um conflito recorrente na história das colônias agrícolas para doentes mentais: aquele que se verifica entre trabalho como terapia, trabalho como exploração e ócio. Neste estudo será enfatizada a tensão sempre presente entre os três fatores mencionados, procurando-se abordar tais aspectos também nos grandes nosocômios fechados, os quais, em muitos casos, utilizaram o trabalho de seus internados, relacionando este à possibilidade de cura; ou seja: os conflitos relacionados à laborterapia não eram um “privilégio” das colônias agrícolas. Primeiramente percebido como moralizador e posteriormente também como elemento disciplinar, o trabalho torna-se critério de avaliação do grau da doença e da sua recuperação, associando a capacidade de trabalhar à recuperação dos internados.  Nesta perspectiva, expandindo a pesquisa para uma temporalidade mais abrangente, objetiva-se examinar as origens das colônias agrícolas para doentes mentais na Europa bem como os primeiros modelos asilares brasileiros construídos sob esta influência, até 1923, ano em que é inaugurada a Colônia Juliano Moreira, no Rio de Janeiro.

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Publicado

2009-11-14

Como Citar

BORGES, V. “Trabalhar não cansa, descansar cansa”: um olhar sobre o trabalho realizado pelos internados de instituições psiquiátricas. Revista Aedos, [S. l.], v. 2, n. 4, 2009. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/aedos/article/view/10614. Acesso em: 29 mar. 2024.