Línguas sem posse - em direção a um inconsciente menor institucional

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22456/2179-8001.110374

Palavras-chave:

análise institucional, inconsciente, instituições, estética, clínica

Resumo

Como podemos pensar um insconsciente institucional, hoje?; e o que ele nos diz das práticas menores que uma instituição pode abarcar? Pensamos, com esse artigo, que o movimento de instituição e destituição a partir de um inconsciente menor institucional tem mais a ver com um procedimento de passagens, que modifica e arrasta a instituição em direção a um fora. A subjetividade é matéria, é agenciada nesse arrasto, e com os pés no chão, é possível produzir singularidades por contágio e vizinhança. Apontamos como uma saúde menor pode dar passagem a movimentos instituintes, como ela também elabora uma processualidade estética (reconceitualizando afetos na e da arte), e como se pode cartografar seus circuitos, que sempre escapam a intentos de representação.

 

Abstract

How can we think about an institutional unconscious today? And what does it tell us about the minor practices that an institution can embrace? The movement of institution and destitution from a institutional minor unconscious has more to do with a procedure of making-passage, which in itself modifies and drags the institution towards an outside. Subjectivity is matter, it is rearranged in this dragging out, and with your feet on the ground, it is possible to produce singularities through contagion and neighbouring. We point out how a minor health can give way to instituting movements, how it also elaborates a processual aesthetics (reconceptualizing affections in and of art), and how one can map out its circuits, which always escape the intent of representation

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Cristina Thorstenberg Ribas, Bolsista Capes PNPD Programa de Pós-graduação em Artes Visuais - UFRGS.

Trabalha como pesquisadora e artista. É Doutora pelo Goldsmiths College University of London (2017) e pós-doutoranda no PPGAV-IA UFRGS (CAPES PNPD) desde 2018, universidade na qual se graduou em artes em 2004. É Mestre em Processos Artísticos Contemporâneos pela UERJ (2008). Concebe projetos entre estética e política e pesquisa militante. Pesquisa análise institucional e estudos da subjetividade em relação à criatividade. Mais recentemente tem se envolvido com estudos feministas. Concebeu e editou o livro 'Vocabulários políticos para processos estéticos' (2014). Faz parte da Red Conceptualismos del Sur e do grupo de pesquisa Epistemologias Afetivas Feministas. Junto de Giseli Vasconcelos e Tatiana Wells desenvolve os Arquivos Táticos <http://midiatatica.desarquivo.org/>. Organiza a plataforma online Desarquivo.org.

Paula Cobo-Guevara, Pontíficia Universidade Católica de São Paulo

Trabalha entre a clínica e as artes. Mestre em Estética na School of Critical Studies, California Institute of the Arts (CalArts) e MFA em New Genres, School of interdisciplinary studies, San Francisco Art Institute. Desde 2015 estuda continuamente no campo da clínica psicanalítica, no iPsi Centre (Barcelona, Catalunya) e no Campo do Fórum Lacaniano. Tem trabalhado nos cruzamentos entre artes, política, clínica e processos coletivos junto com Manuela Zechner no dispositivo de pesquisa feminista Murmurae. Ativista pelo movimento Right to the City e Freedom of Movement em redes migrantes em Barcelona e na Grécia junto com a artista Angela Melitopolous em Crossings, e pelo movimento de antipsiquiatria feminista. Atualmente é doutoranda no Núcleo de Estudos da Subjetividade da PUC-SP.

Referências

DE BARROS, Regina Benevides. "Grupalizar é preciso". Em: Rede Humaniza SUS. 2014 Disponível em <https://redehumanizasus.net/87759-grupalizar-e-preciso/>

COBO–GUEVARA, Paula. “Hacia Una Clínica Extranjera.” Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2021. [tese de doutorado]

COBO-GUEVARA, Paula. "Hasta que valga la pena vivir". Em: Urucum, 27 de Outubro de 2019. Disponível em <https://urucum.milharal.org/2019/10/27/hasta-que-valga-la-pena-vivir/> Acesso em 10/03/2020.

DALLACOSTA, Maria Rosa. “Mulheres e a Subversão da Comunidade” (1971) Disponível em: <https://medium.com/qg-feminista/mulheres-e-a-subvers%C3%A3o-da-comunidade-de-mariarosa-dalla-costa-b7449ee52519> Acesso em 05/03/2020

DELEUZE, Gilles. "Instinto e Instituição", Em: Ilha deserta e outros textos. São Paulo: Editora Iluminuras, 2004.

DELEUZE, Gilles. Crítica y Clínica. Barcelona: Editorial Anagrama, 1996.

DELEUZE, Gilles; Guattari, Félix. Mil platos - capitalismo e esquizofrenia. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1995.

FLORES, Val. Una lengua cosida de relámpagos. Buenos Aires: Hekht, 2019

GUATTARI, Félix. Psicanálisis y Transversalidad. Buenos Aires: Siglo XXI, 1976

GUATTARI, Félix. “Transversalidade”. Em: Revolução Molecular. Pulsações Políticas do Desejo. São Paulo: Brasiliense, 1981.

GUATTARI, Félix. O Insconsciente Maquínico. Campinas: Papirus Editora, 1988.

GUATTARI, Félix. Caosmose. Um novo paradigma estético. São Paulo: Editora 34, 2008.

GALLIO, Giovanna; Constantino, Maurizio. "François Tosquelles e a Escola da Liberdade". Em: Saúde & Loucura, no. 4 (Grupos e coletivos). Gregório Baremblitt e Antonio Lancetti (org.) São Paulo: Editora Hucitec, 1994 (p. 85-128).

MASSUMI, Brian. O que os animais nos ensinam sobre política. São Paulo: Editora n-1, 2017.

NIETZSCHE, Friedrich. “Asi Habló Zaratustra.” Madrid: Alianza Editorial, 1972.

O'SULLIVAN, Simon. "The Ethicoaesthetics of Affect and the Bloc of Sensations Reaffirming the Specificity of Art (Against Representation)" Em: Art Encounters: Deleuze & Guattari. Hampshire, New York: Palgrave MacMilan, 2006.

OURY, Jean. O Coletivo. São Paulo: Editora Hucitec, 2009.

OURY, Jean; Porto, M.; Almeida, A. C. M. ; Breyton, D.; De Cardoso, M.; Hotimsky, S.; Markusszower, S.; "Jean Oury - Quando a neutralidade é uma doença." Em: Revista Percurso - O bem- e o mal-estar, no. 44, ano XXIII, Junho de 2010. Disponível em <http://revistapercurso.uol.com.br/index.php?apg=artigo_view&ida=111&ori=entrev>

PASSOS, E., Kastrup, V., e Escossia, L; (org), Pistas para o método da cartografia. Porto Alegre: Sulina, 2009.

PASSOS. E, de Barros, Regina B. "A cartografia como método de pesquisa-intervenção" Em: Passos, E., Kastrup, V., e Escossia, L, 2009. (p. 17-31)

PAULON, Simone. A análise de implicação com ferramenta na pesquisa-intervenção. Psicol. Soc. [online]. 2005, vol.17, n.3, pp.18-25. ISSN 1807-0310. https://doi.org/10.1590/S0102-71822005000300003.

PÁL PELBART, Peter. Da Clausura Do Fora Ao Fora Da Clausura Loucura e Desrazão. Primeira edição. São Paulo: editora brasiliense, 1989.

PÁL PELBART, Peter. A Vertigem Por Um Fio: Políticas Da Subjetividade Contemporânea. São Paulo: Iluminuras, 2018.

PÁL PELBART, Peter. "Notas sobre o contemporâneo" Em: Revista Mesa/ Instituto Mesa. Disponível em Acesso em 20/11/2019

RIBAS, Cristina T. “Rimana..., ritmanali..., ritmanalizações vo-ca-bu-lo-políticas”. Em: Revista Arte Contexto (Verbetes da Arte), V.6, Nº15, MAR., ANO 2019. Disponível em

<http://artcontexto.com.br/portfolio/ritmana-ritmanali-cristina-thorstenberg-ribas/>

RODRIGUES, H., Leitão, M. B. e de Barros, R. D. B., Grupos e Instituições em Análise. Rio de Janeiro: Editora Rosa dos Tempos, 1992.

ROLNIK, Suely. "Lygia Clark e o híbrido arte/clínica" Em: Concinnitas. Revista do Instituto de Artes da UERJ. v. 1, n. 26 (2015). Disponível em

<https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/concinnitas/article/view/20104/14402>

RUIZ, Valéria Salek; Athayde, Vladimir; Ribeiro, Mariska; Nogueira Filho, Irapoan; Zambroni-de-Souza, Paulo César; e Athayde, Milton. "François Tosquelles, sua história no campo da Reforma Psiquiátrica / Desinstitucionalização e suas pistas para uma abordagem clínica do trabalho centrada na atividade". Em: Estudos e Pesquisas em Psicologia. Rio de Janeiro v. 13n. 3p. 855-877, 2013.

SCHIAVON, João Perci. Pragmatismo Pulsional, Clínica Psicanalítica. São Paulo: n-1 Edições, 2019.

SAMSONOW, Elisabeth von. Anti-Electra, The Radical Totem of the Girl. Minneapolis/London: University of Minnesota Press, 2019.

STENGERS, Isabelle. LEMBRA-TE DE QUE SOU MEDÉIA Medea Nunc Sum. Pazulin, 2000.

VERCAUTEN, Oliver; Crabbé, Olivier & Muller, Thierry. Micropolítica de los grupos. Madrid: Traficantes de Sueños, 2010.

WINNICOTT, Donald. O Brincar e a Realidade. São Paulo: Ubu Editora, 2019.

Arquivos adicionais

Publicado

2020-12-29

Como Citar

Ribas, C. T., & Cobo-Guevara, P. (2020). Línguas sem posse - em direção a um inconsciente menor institucional. PORTO ARTE: Revista De Artes Visuais (Qualis A2), 25(44). https://doi.org/10.22456/2179-8001.110374

Edição

Seção

DOSSIÊ: Instinto e instituição: desbordes institucionais entre a estética e a clínica