Bens culturais, mercado e italianidade: memórias da imigração no Rio Grande do Sul
DOI:
https://doi.org/10.19132/1808-5245260.93-120Palavras-chave:
Identidade étnica. Imigração italiana. Bens materiais e imateriais. Mercado de consumo.Resumo
A imigração italiana constituiu um fenômeno importante na história do Rio Grande do Sul, seja do ponto de vista étnico-cultural, seja político, econômico ou social. A mão-de-obra dos imigrantes contribuiu para a diversificação da economia gaúcha já nas primeiras décadas do século XX. Por outro lado, esse desenvolvimento econômico colaborou para o nascimento de uma elite étnica local que, na década de 1920, tomou para si o direito/dever de produzir a memória de uma imigração vitoriosa. Portanto, já nas décadas de 1920-1930, memória, narrativas sobre a imigração italiana e italianidade se entrecruzavam com a economia e a política, indicando uma etnia que contribuiu para o progresso econômico e social do estado. No tempo, os momentos de crescimento do brand “Itália” nos mercados interno e exterior se sobrepuseram a uma ênfase na positividade étnica italiana. O objetivo do presente artigo é buscar compreender quanto dos códigos de italianidade contemporâneos remontam àquele momento primordial da década de 1920 e como o mercado foi moldando este novo produto de consumo, os bens imateriais associados aos ítalo-gaúchos.
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