RESUMO
O artigo explora a representação da competência em informação,
nesse trabalho, também explicitada como information literacy
em relação às competências tecnológicas internalizadas e praticadas
por bibliotecários. A proposta deste trabalho é poder
representar competências socialmente vistas pelos profissionais
da informação bibliotecários, uma vez que estamos inseridos no
cenário atual da explosão informacional. Tendo, por conseguinte,
condições de explorar e contextualizar a teoria ao objeto central
deste, que é representar competências informacionais no uso das
tecnologias de informação para bibliotecários. Percebendo assim,
a importância da utilização das novas tecnologias em informação,
para a formação do profissional bibliotecário contemporâneo, e
ainda, a necessidade de atualização dos mesmos.
PALAVRAS-CHAVE: Information literacy. Representação. Competência
em informação. Tecnologia de informação. Bibliotecário.
Percebe-se que, na última década em particular, a evolução tecnológica teve um profundo impacto nos serviços de informação e alterou de maneira conceituada as formas e os métodos de trabalho de alguns profissionais, desencadeando a necessidade de se desenvolver novas competências para a compreensão e inserção desses profissionais nos espaços que caracterizam a era tecnológica, parte essencial da Sociedade da Informação. Dentre essas competências, destaca-se a competência em informação, expressão esta que se originou em meio ao surgimento da explosão informacional, que se caracteriza pelo magnífico crescimento da informação disponibilizada e, ainda, pelas mudanças ocasionadas pela tecnologia usada no processo de geração, disseminação, acesso e uso da informação.
O artigo tem como fundamento representar a competência informacional. Competência informacional, nesse contexto, está ligada ao aprendizado voltado às questões de cunho tecnológico, ou seja, aprendizado de habilidades de operação e comunicação por meio de computadores, à compreensão do funcionamento de equipamentos (hardware), seus programas (softwares) e suas aplicações, e, ainda, à produção, organização, disseminação e acesso às informações de forma automatizada com vistas a resolver problemas por meio do uso da tecnologia.
O bibliotecário é capaz de trabalhar a informação de modo a atender as necessidades da sociedade em seus aspectos: políticos, econômicos, educacionais, sociais, de saúde, culturais, recreativas e tecnológicas, estimulando-os no desenvolvimento de pesquisas biblioteconômicas; criticar, investigar, propor, planejar, executar e avaliar recursos e produtos de informação; trabalhar com fontes de informação de qualquer natureza, processar a informação registrada em diferentes tipos de suporte, mediante a aplicação de conhecimentos teóricos e práticos de coleta, processamento, armazenamento e difusão da informação; realizar pesquisas relativas a produtos, processamento, transferência e uso da informação.
A formação do bibliotecário implica no desenvolvimento de competências e habilidades que transcendem o domínio dos conteúdos técnicos da Biblioteconomia, pois, acima de tudo, esse profissional deve ser preparado para pensar e agir com criatividade, ter a sua conduta pautada pela ética, refletir criticamente sobre a realidade que o cerca e buscar o aprimoramento constante.
A Information Literacy surgiu em 1974 em um relatório intitulado The information service environment relationships and priorites, de autoria do bibliotecário americano Paul Zurkowski, em que a mesma tem como um de seus objetivos avaliar a efetividade de atividades informacionais efetuadas por profissionais não previamente preparados para o trabalho com a informação, propor melhorias de desempenho informacional, tendo a informação como elemento chave em todos os segmentos da sociedade. Com a necessidade de manter informado o profissional da informação, verifica-se que a information literacy vem se tornando um indicador incontestável de atualidade e sintonia com o mundo, desde o surgimento da explosão informacional através da Internet.
A information literacy é mais especificamente definida por Dudziak (2002) como:
As definições nos são apresentadas assim: a information (informação) e a literacy (habilidades para compreender matérias, ou seja, informar para desenvolver o que é especifico ao conhecimento humano), a informação como instrumento norteador de habilidades e valores pertinentes ao processo intelectual e tecnológico para a humanidade, a partir de profissionais habilitados para direcionar este processo de forma a capacitar pessoas que possam, através dessa nova conceitualização, aplicar meios diferenciados de busca, recuperação e mapeamento de conteúdos adequados a suas áreas específicas de conhecimento.
Para se entender melhor este artigo, serão apresentados a evolução, as características, os componentes, as concepções e os tipos de competência da information literacy, podendo, a partir dele, enfatizar o papel do profissional da informação como mediador do aprendizado e saberes referentes à competência em informação.
Vale lembrar que ainda não se possui uma definição exata para a terminologia information literacy em língua portuguesa, portanto, neste trabalho utilizar-se-á o termo competência em informação como definição para utilização da teoria descrita pela information literacy.
Este artigo também se propõe a analisar, de forma sistemática, se há competência informacional em tecnologia da informação e suas possíveis relações com o desenvolvimento das práticas biblioteconômicas.
Nesse sentido, Zarifian (2003, p.37 apud MIRANDA, 2004, p.114) afirma “a competência é uma nova forma de qualificação, uma nova maneira de qualificar”.
Por isso, a análise deste trabalho se torna importante, pois poderemos identificar a competência informacional em tecnologia de informação do bibliotecário, suas habilidades e capacidades de busca e recuperação da informação.
De acordo com Houaiss (2004), informação é: conhecimento obtido por investigação ou instrução, ou, conjunto de conhecimentos sobre determinado assunto.
A informação, como um conceito, carrega uma diversidade dos meanings (significados), do uso diário aos ajustes técnicos. Este conceito da informação é relacionado à comunicação, ao controle, aos dados, ao formulário, à instrução, ao conhecimento, à percepção e à representação.
Pode-se perceber que a literacy (considerada a habilidade de ler e escrever) e a information (resultado de processar, de manipular e de organizar dados), estão ligadas entre si no processo de informar, mas não podem ser definidas com information literacy, uma vez que a information literacy envolve não somente a busca, mas também o uso da informação, o conhecimento do universo informacional, o diálogo e a pesquisa/investigação como formas de aprendizado, considerando as características do aprendiz, o contexto e os propósitos desse mesmo aprendizado.
Entende-se que a information literacy é capaz de integrar diversos níveis de inteligência individual, preconizando a gestão do conhecimento para identificar, solucionar e recuperar informações, proporcionando habilidades tecnológicas relevantes ao desenvolvimento estratégico de suas competências.
Percebe-se um alto nível de ineficácia quanto ao manuseio, usabilidade e recuperação da informação em suporte tecnológico por inúmeros profissionais de diversas áreas.
O excesso de informação cria, muitas vezes, barreiras que nos colocam em situações desconcertantes quanto ao manuseio das novas ferramentas informacionais disponíveis e à falta de habilidade em lidar com tais ferramentas. Essas barreiras mostram a necessidade dos profissionais da informação estabelecerem parcerias com as demais áreas do conhecimento para a integração do aprendizado e saberes referentes à competência informacional como:
a) definir suas necessidades informacionais;
b) buscar e acessar a informação necessária;
c) perceber se ela é relevante ou não;
d) estruturá-la;
e) transformá-la em conhecimento;
f ) aplicá-la, por que e em quais situações aplicá-la.
Nesse aspecto, o profissional da informação, o bibliotecário, pode inserir-se como ativo agente criativo, capacitando o setor de recursos humanos (RH) da instituição, aplicando métodos pautados na teoria da information literacy, como forma de instrumentalizá- los no uso e recuperação da informação nos vários suportes eletrônicos informacionais, desenvolvendo assim, parte da competência em informação necessária aos “atores” organizacionais inseridos na sociedade da informação (MIRANDA, 2004, p.117).
Para Dudziak (2001, p. 5), diversos serviços voltados para a educação de usuários são atualmente implementados para auxiliar estudantes, docentes e pesquisadores. Os programas de educação de usuários, orientação bibliográfica, treinamentos específicos, entre outros, desenvolvidos em bibliotecas, têm sido utilizados pelos bibliotecários há muitos anos a fim de preparar os usuários para o uso dos sistemas de informação.
a) Media Literacy: habilidades para decodificar, analisar, avaliar e produzir informação em vários meios: impresso, áudio, filmes/vídeo, Internet, etc.
b) Digital Literacy: habilidades para usar os sistemas digitais com ênfase na forma de como a informação é apresentada. Por exemplo, qual a diferença entre uma informação recebida via e-mail e outra recebida via página web?
c) Network Literacy: habilidades para trabalhar em um ambiente de rede, tal como World Wide Web:
• uso dos recursos e serviços da rede global de informação;
• entendimento do sistema que gera, gerencia e disponibiliza a informação;
• habilidade para manipular informações encontradas na rede, combinando-as com outros recursos e incrementando- as;
d) Visual Literacy: habilidades para entender o significado e os componentes da imagem, como veículo de informação.
e) Computer Literacy: habilidade no uso do computador e seus softwares para a realização de tarefas.
Pode-se perceber a evolução da information literacy, pois as cinco áreas afins referem-se à importância da competência informacional, sendo que a mesma permite analisar e avaliar a informação encontrada, incluindo as habilidades tecnológicas para a compreensão e avaliação das informações.
Quando se fala em competência em informação, devem-se citar algumas formas de classificar os tipos de competência apresentados por Zarifian (2003, p. 120 apud MIRANDA, 2004, p. 117), quando o mesmo define a competência informacional do seguinte modo:
a) Competência é “[...] um saber agir responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos, habilidades, que agreguem valor econômico à organização e valor social ao indivíduo” (FLEURY; FLEURY, 2001, p.21). Os atributos principais da competência são iniciativas, responsabilidade, inteligência prática, conhecimentos adquiridos, transformações, diversidade, mobilização dos atores e compartilhamento.
b) Competência profissional é a que está relacionada a indivíduo ou equipes de trabalho, integrando aspectos técnicos, cognitivos, sociais e afetivos relacionados ao trabalho (BRANDÃO, 1999, p.28). Ela compreende conhecimentos, habilidades e atitudes ou comportamentos que permitirão o desenvolvimento da organização no cumprimento de sua missão. (DUTRA, 2001; FLEURY, 2001; DURAND, 1998 apud BRANDÃO, 1999);
c) Competência organizacional é o savoir-faire da empresa em um domínio particular, que se origina e se sustenta pelas competências profissionais aliadas aos processos organizacionais e outros recursos em produtos e serviços (ROUBY; SOLLE, 1999, p.3; BRANDÃO, 1999, p.28, FLEURY; FLEURY, 2001, p.23). Elas incluem as competências sobre a organização e sobre seus processos, as competências em técnicas e formas de trabalho, as competências de serviço e as competências sociais.
d) Competência essencial ou competência-chave é um conjunto de habilidades tecnológicas cuja marca de autenticidade é a integração. Elas representam um valor percebido pelo cliente, uma diferenciação entre concorrentes, uma capacidade de expansão (HAMEL; PRAHALAD, 1995, p.223-241). Elas são sobretudo um fator distintivo e único que marca uma organização ou uma atividade em particular.
Quando apresentada por Zarifian, a competência essencial ou competência-chave pode ser comparada a uma das abordagens apresentadas por Dudziak (2001), quando esta apresenta a concepção ou nível da informação com ênfase na tecnologia da informação. Nesse nível, a competência informacional está ligada ao aprendizado voltado às questões de cunho tecnológico, ou seja, ao aprendizado de habilidades de operação e comunicação por meio de computadores, à compreensão do funcionamento de equipamentos (hardware), seus programas (softwares) e aplicações e, ainda, à produção, organização, disseminação e acesso de forma automatizada com vistas a resolver problemas por meio do uso da tecnologia. Para Dudziak (2000 apud MOTTA, 2006), considerar a competência informacional apenas nesse nível é reduzi- la ao simples aprendizado de habilidades e conhecimentos instrumentais, praticamente mecânicos.
As competências informacionais podem ser identificadas como o processo qualificativo do profissional da informação, atribuindo a esse profissional, as seguintes características:
a) avaliar, planejar, vender e fazer funcionar redes locais de comunicação de informação em instituições;
b) administrar unidades de informação e implantar programas de gerenciamento de informação para informatizálas;
c) procurar, preparar, resumir e editar informações de natureza científica e técnica, dirigir a redação de revistas científica em empresa de editoração;
d) organizar (adquirir, registrar, recuperar) e distribuir informação em sua forma original ou como produtos elaborados a partir dela. (LE COADIC, 1997, p.112-113 apud MIRANDA, 2004, p. 119)
O desenvolvimento das competências informacionais está ligado ao acesso à informação, ao conhecimento e ao aprendizado, que incentiva uma participação ativa do profissional da informação e o usuário dessa informação. Na era da informação e do conhecimento, a competência informacional deve ser atribuída a todos os profissionais, nas mais diversas áreas.
Ela possibilita uma análise do conhecimento, direcionando o profissional da informação a buscar novos desafios, que o conduzirão a uma expansão da transformação do saber, proporcionando a implementação de programas voltados a competência em informação.
Pode-se perceber que, nesse contexto, a information literacy remete a uma busca cada vez mais intensiva ao questionamento das bases tecnológicas de informação e conhecimento. Portanto, a título de exemplificação apresento, a seguir, um mapa conceitual sobre a information literacy:
O mapa conceitual apresentado mostra claramente o conceito essencial da information literacy, em que é possível identificar as habilidades essenciais para a busca de uma informação eficaz, proporcionando os recursos informacionais necessários que permitam reconhecer, definir, incorporar, aplicar, buscar e transformar a informação em conhecimento.
Quando se trata do assunto competência em informação tendo como competência-chave a tecnologia, não se pode deixar de lado a estratégia básica para a aplicação dessa competência. Deve-se observar que a tecnologia da informação não é mais uma estratégia opcional para o desenvolvimento do conhecimento, pois hoje ela é vista como tecnologia obrigatória, em todos os parâmetros sociais da pesquisa, busca e recuperação de dados relativos ao processo de desenvolvimento social, enquanto análise das habilidades e conhecimentos.
Um campo de conhecimento não se firma sem que haja atualização contínua do profissional, uma vez que as novas tecnologias de informação surgiram devido ao fenômeno da explosão informacional verificada a partir da segunda metade do século XX, servindo de suporte para a criação das redes de computadores, em busca das novas formas de reconhecimento e entendimento desse novo mundo digital.
Esse processo implica na inserção do profissional da informação no novo e complexo mundo digital, provocando alterações no modo do fazer biblioteconômico.
Nesse novo paradigma, cabe transpor para o ambiente biblioteconômico a função real do uso das novas tecnologias, propondo algumas considerações relevantes ao conhecimento e à competência informacional do bibliotecário, interagindo com o novo ambiente, em que são necessárias mudanças e novas habilidades para a inserção deste novo foco informacional de comunicação indicando a presença de novos profissionais advindos de outros campos de atuação causando insegurança no meio bibliotecário.
Hoje, as habilidades e competências dos profissionais bibliotecários, possibilitam uma nova visão de conhecimentos, oportunizando novas mudanças para melhor entender e situar o profissional da informação no contexto atual. Procuram-se, então, elencar alguns pontos chaves para vencer os desafios de inserção dos profissionais da informação nas novas tecnologias, conforme demonstra Batista (2004):
a) apreensão ou reaprendizado de disciplinas, tais como Representação Descritiva e Temática de Documentos, através de cursos/treinamentos;
b) interagir no processo de apreensão de novas tecnologias que surjam em qualquer área do conhecimento;
c) buscar competência dentro ou fora do próprio ambiente de trabalho;
d) livrar-se de todo e qualquer preconceito diante do novo;
e) incentivar a participação de todos do ambiente de trabalho, provocando mudanças no processo da aprendizagem.
As novas tecnologias da informação aparecem como elementos fundamentais para o desenvolvimento das competências informacionais, da ciência e da cultura. O profissional da informação precisa adaptar-se aos novos serviços conhecendo melhor a Informática para utilizá-la como principal ferramenta para disseminação da informação, acompanhando as evoluções tecnológicas, gerando certo impacto informacional,e dominando todas as ferramentas e serviços tecnológicos, a fim de atingir o objetivo de sua habilidade profissional em atender as necessidades dos usuários, contribuindo para o seu desenvolvimento pessoal e social.
Para que esse processo ocorra de forma clara na aplicação do conhecimento, como estrutura de competência em tecnologia informacional, devem-se conhecer alguns direcionamentos essenciais à aplicação de estratégias tecnológicas, tais como as apresentadas por Boar (2002):
a) Avaliação, que é a atividade de desenvolver um conhecimento claro e profundo da situação apresentada. A avaliação culmina na identificação de “dados” que localizam as principais fontes informacionais, gerando desta forma uma posição que proporcione uma competência básica, esta, que pode ser vista como análise da situação, que é o uso de vários métodos analíticos para interpretação dos dados analisados e recuperados, através da aplicação da competência informacional.
b) Estratégia, que consiste em identificar os dados informacionais, identificando seus objetivos, esses, que são descrições do que se pode obter para a compreensão da análise dos dados recuperados e tratados pela tecnologia da informação;
c) Execução é a ação de aplicar os conceitos propostos pela avaliação e pela estratégia, proporcionando ao sistema tecnológico, meios relevantes para compreensão dos conhecimentos, gerados e filtrados pelo processo tecnológico informacional.
Para que haja competência em tecnologia da informação, é necessário que as competências sejam estudadas para formar profissionais capazes de trabalhar a informação, de modo a atender as necessidades da sociedade em seus aspectos políticos, econômicos, educacionais, sociais, de saúde, culturais, recreativoas e tecnológicas, estimulando-os no desenvolvimento de pesquisas biblioteconômicas. Criticar, investigar, propor, planejar, executar e avaliar recursos e produtos de informação. Nota-se, nesse aspecto, a competência em informação aplicada na tecnologia informacional, segundo Owens (apud DUDZIAK, 2001):
Nesse contexto, devemos concordar com Campello (2003), quando ela define a tecnologia da informação, ou seja, se a sociedade da informação é ambiente de abundância informacional, a tecnologia é o instrumento que vai permitir lidar com o problema, potencializando o acesso à informação e conectando as pessoas aos produtos da mente.
Verifica-se, assim, que ter um profissional bibliotecário competente em tecnologia da informação torna-se essencial para a área da Biblioteconomia, em que a utilização dos novos mecanismos informacionais faz com que os mesmos possam se inserir em um novo processo informacional instituído pelo mercado de trabalho.
Ao abordar o tema representando a information literacy competências informacionais na Biblioteconomia, é necessário mencionar que, partindo-se do pressuposto de que embora a competência em informação seja compreendida como um conjunto de habilidades, não se pode restringir o seu desenvolvimento ao mero aprender a encontrar e utilizar a informação em qualquer forma e possivelmente produzir informação básica como objeto.
As pessoas devem saber como definir suas necessidades informacionais, como buscar e acessar a informação, como avaliá-la, transformá-la numa mescla de conhecimentos, habilidades e valores para, desse modo, aprender a aprender, de maneira independente, ao longo da vida. A information literacy é o processo que possibilita isso.
Neste trabalho, observou-se inicialmente que a information Literacy proporciona às pessoas diferentes níveis de complexidade, como um conceito aplicável à sistematização do conhecimento, enquanto processo de interiorização de valores e habilidades necessárias ao aprendizado no uso de novas tecnologias.
É plausível entender que, quando representadas, as competências podem ser instituídas como prática eficiente e como parte das atribuições do profissional bibliotecário para que ele venha agir e lidar com as mais diversas tecnologias.
Entretanto, muito mais poderia ser explorado no sentido de representá-las, pois entendemos que a sociedade da informação tem como uma de suas principais vertentes as tecnologias de informação, o que, inevitavelmente, tem dinamizado e instituído novos padrões no desenvolvimento de todas as áreas do conhecimento, e, em especial, da Biblioteconomia.
Aplicar a information literacy como teoria norteadora à instrumentalização e aperfeiçoamento das práticas biblioteconômicas por meio das TIC’s, é poder dispor de uma base teórica capaz de abarcar toda a discussão e, ainda, estruturar um plano de atualização e aperfeiçoamento do profissional bibliotecário, no que tange à busca do conhecimento.
Portanto, o bibliotecário poderá estar muito mais preparado e instrumentalizado para atender às novas expectativas do mercado de trabalho, quando assumir um papel de autodidata no aprendizado das novas tecnologias. Com isso, proporcionará um volume cada vez maior de informações que se fazem necessárias a uma sistematização informacional para a geração de novos conhecimentos, pautados nos fundamentos conceituais à compreensão e interação do universo, que dinamiza uma identificação da organização e das competências informacionais.
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