A Política Externa interina e os riscos à integração regional
DOI:
https://doi.org/10.22456/2178-8839.67702Palavras-chave:
Política Externa Brasileira, Interino, Temer, Integração regional,Resumo
Este artigo oferece uma reconstrução histórica dos três primeiros meses da gestão de José Serra à frente do Ministério das Relações Exteriores, período de interinidade do governo de Michel Temer, valendo-se das declarações públicas do ministro e do Itamaraty, bem como de análises dos grandes meios de imprensa. Sustenta-se que guinada observada na política externa brasileira apresenta duas características: (1) a forte carga retórica, direcionada à desconstrução do “legado diplomático” petista e à confrontação com críticos regionais ao impeachment; (2) uma mudança estrutural, tanto no desenho institucional do MRE quanto no eixo de orientação da inserção brasileira, destinada a assegurar a visibilidade do chanceler no contexto da sucessão presidencial. No médio prazo, a soma desses elementos pode trazer riscos ao processo de integração regional, na medida em que se redefinem as relações intra-Mercosul e opta-se por uma estratégia de embate com países em crise institucional, como a Venezuela.
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