De George W. Bush a Donald J. Trump: a África na política externa dos Estados Unidos, 2001-2020
DOI:
https://doi.org/10.22456/2178-8839.112123Palavras-chave:
África, Estados Unidos, Política Externa,Resumo
Nos anos finais da administração Clinton (1994-2001) e, destacadamente, durante a Guerra contra o Terror (GcT), a interação entre os Estados Unidos (EUA) e a África se intensificou. Por simbolizar certo contraponto ao histórico distanciamento, ao menos nas relações internacionais, entre as partes, esta proximidade nos leva ao seguinte questionamento: a presença dos EUA representou, ou não, rompimento com a condição marginal do continente africano nos interesses de Washington? Pautando-se nesta questão, o artigo se propõe a compreender o lugar da África na política externa dos Estados Unidos entre 2001 e 2020, e defender a hipótese de que não houve tal rompimento. Primeiramente porque durante as administrações Bush (2001-2009) e Obama (2009-2017), o predomínio de iniciativas direcionadas a segurança indicou a continuidade do enquadramento da África nos interesses dos EUA no âmbito sistêmico, e não necessariamente a mudança de status deste continente na política externa norte-americana. Em segundo, porque o desinteresse pela África foi predominante ao longo do governo Trump (2017-2021). Em termos metodológicos, o artigo será desenvolvido a partir de revisão bibliográfica de caráter variado, composto por livros, artigos, revistas acadêmicas, documentos oficiais, relatórios, dentre outras fontes consideradas relevantes ao tema.
Downloads
Referências
ALMEIDA, J. M. A hegemonia americana e a ordem internacional de Clinton a G.W.Bush. JANUS: Observatório de Relações Exteriores da Universidade Autônoma de Lisboa, 2002. Disponível em: < https://repositorio.ual.pt/handle/11144/1796>. Acesso em: 20 fev. 2021.
ARRIGHI, Giovanni. O longo século XX: dinheiro, poder e as origens do nosso tempo. Rio de Janeiro; São Paulo: Contraponto; UNESP, 1996.
AYERBE, L. F. Estados Unidos e América Latina: a construção da hegemonia. São Paulo: Editora UNESP, 2002.
AYERBE, L. F. La Política de la Administración Trump para América Latina: Reinención de la Doctrina Monrore? Revista tempo de mundo. Brasília: v. 5, n.1, p. 225-240, 2019.
BANJO, A. U.S. development diplomacy in Africa: From Bill Clinton to George W. Bush. African Journal of Political Science and International Relations, [S.l.], n.4, v. 4, p. 140-149, 2010.
BIDEN, Joseph R. Why America Must Lead Again – Rescuing U.S. Foreign Policy After Trump. Foreign Affairs. Council on Foreign Relations: March/April, p.1-18,2020.
BRESSER-PEREIRA, L. C. A crise financeira de 2008. Revista de Economia Política, [S.l.], v. 29, n. 1, pp. 133-149, 2009.
CARDOSO, N. C. C. Segurança Regional no Chifre da África: Conflitos, Atores, Agendas e Ameaças. Porto Alegre: UFRGS, 2020.
CARVALHO, F. C. Entendendo a Recente Crise Financeira Global. Porto Alegre: IBASE, 2008. Disponível em: < http://www.ppge.ufrgs.br/akb/clipping/9.pdf >. Acesso em: 22 de dez. 2015.
COOK, N; WILLIAMS, B. R. The Trump Administration’s Prosper Africa Initiative. Washington: Congressional Research Service, 2020
COPPOLANI, A. If I Forget Thee O Jerusalem. In QUESSARD, Maud; HEURTEBIZE, Frédéric; GAGNON, Frédérick. Alliances and Power Politics in the Trump Era – America In Retreat? Switzerland: Palgrave Macmillan, p. 75-99, 2020.
DERGHOUKASSIAN. K. O Estado Cortesão nas Relações Internacionais: a disputa por poder e lucro. Contexto Internacional, Rio de Janeiro, v. 24, n. 2, p. 267-328, 2002.
FROELICH, I. V. A Política Externa Americana e seus críticos.
Revista Brasileira de Política Internacional. Brasília: v. 48, n. 2, p. 205-215, 2005.
GONÇALVES, W; TEIXEIRA, T. Trump e a Inflexão da Grande Estratégia. Revista Tempo do Mundo. Brasília, v.5, n.1, 177-200, 2019.
HIRSH, Michael. Bush and the world. Foreign Affairs, New York, v. 81, n. 5, p. 18-43, Sept./Oct. 2002.
IKENBERRY, G. J. America`s imperial ambition. Foreign Affairs, New York, v. 81, n. 5, p. 44-60. 2002.
JAGUARIBE, H. O segundo mandato. Política Externa, [S.l.], v. 13, n. 4, 2005.
JOFFÉ, G. A Primavera Árabe no Norte de África origens e perspectivas de futuro. Relações Internacionais, Lisboa, v. 30, p. 85-116, 2011.
JONES, V. C. WILLIAMS, B. R. U.S. Trade and Investment Relations with sub-Saharan Africa and the African Growth and Opportunity Act. Washington: Congressional Research Service, 2012.
JUDT, T. Postwar: A History of Europe since 1945. New York: The Penguin Press, 2005.
KAGAN, Robert. The benevolent empire. Foreign Policy, Washington D.C., p. 24-35, Summer 1998
KATITO, G. Continuity, little change?: US-Africa Policy under the Obama administration. OASIS: Observatorio de Análisis de los Sistemas Internacionales. Bogotá: n. 14, p. 145-157, 2010.
KLARE, M; VOLMAN, D. America, China & Scramble for Africa’s Oil. Review of African Political Economy, v. 33, nº 108, p. 297-309, 2006.
NSS. National Security Strategy For A New Century. Washington D.C.: National Security Council, 2002.
NSS. National Security Strategy For A New Century. Washington D.C.: National Security Council, 2010.
NSS. National Security Strategy For A New Century. Washington
D.C.: National Security Council, 2017.
NYE, J. S. The rise and fall of American hegemony from Wilson to Trump. International Affairs: Oxford University Press, v. 95, n. 1, p. 63-80, 2019.
OBAMA, B. President Obama’s Speech to Ghana’s Parliament – A New Moment of Promise. Accra: 2009. Disponível em: < https://bityli.com/uM1k5 >. Acesso em 21 fev. 2021.
OBAMA, B. Renewing American Leadership. Foreign Affairs. Council on Foreign Relations: July/August, 2007.
PATRICK, S. M. Trump and World Order: The Return of Self-Help. Foreign Affairs. Council on Foreign: March/April, 2017.
PECEQUILO, C. S. A política externa dos Estados Unidos: continuidade ou mudança? Porto Alegre: UFRGS, 2011.
PECEQUILO, C. S. Os Estados Unidos de H. Bush a Donald J. Trump (1989/2017): Dinâmicas Políticas de Consenso e Polarização. Revista Esboços. Florianópolis, v. 24, n. 38, p. 339-359, 2017
PECEQUILO, C. S; FRANZONI, M. As relações bilaterais do
México com os Estados Unidos: um balanço de 2000 a 2018. Revista Carta Internacional. Belo Horizonte, v. 14, n. 3, p. 110-141, 2019.
SCHMIDT, E. Foreign intervention in Africa: from Cold War to the war on terror. Cambridge: Cambridge University Press, 2013.
SCHRAEDER, P. “Making America Great Again” Against the Backdrop of na “Africa Rising”? The Trump Administration and Africa’s Marginalization within U.S. Foreign Policy. Seton Hall Journal of Diplomacy and International Relations. Seton Hall University Press, p. 98-117, 2018.
SECURITY COUNCIL. Resolution 1970. New York, 26 Feb. 2011a. Disponível em: <https://bityli.com/KEmf7>. Acesso em: 19 fev. 2021.
SECURITY COUNCIL. Resolution 1973. New York, 17 Mar. 2011b. Disponível em: <https://bityli.com/x2UA0>. Acesso em: 19 fev. 2021.
SHLEIFER. A. TREISMAN. D. A Normal Country: Russia After Communism. Journal of Economic Perspectives, [S.l.], v. 19, n. 1, p. 151-174, 2005.
STATISTA, Business Data Platform. Hamburg: 2021. Disponível em: < https://www.statista.com/> Acesso em 28 mar. 2021
TEIXEIRA, C. G. P. O pensamento neoconservador em política externa nos Estados Unidos. 2007, 128f. Dissertação defendida no Programa San Tiago Dantas de Pós-Graduação em Relações Internacionais (PUC-SP, UNESP e UNICAMP). São Paulo, 2007.
THE NEW YORK TIMES, Defense Planning Guidance. New York: 1992. Disponível em: < http://nsarchive.gwu.edu/nukevault/ebb245/doc03_extract_nytedit.pdf >. Acesso em: 12 jan. 2021.
THE WHITE HOUSE. National Strategy for the COVID-19 Response and Pandemic Preparedness. Washington: 2021.
THE WHITE HOUSE. Remarks by President Biden on America’s Place in the World. Washington: 2021.
THE WHITE HOUSE. U.S. Strategy Toward Sub-Saharan Africa, Washington: 2012.
THOMSON, S. Rwanda: from genocide to precarious peace. New Haven: Yale University Press, 2018.
TIEKU, T. K. United States-Africa Relations in the Age of Obama. New York: Cornell University Press, 2018.
UNITED STATES CENSUS BUREAU. Trade in Goods with Africa. 2020. Disponível em: < https://bityli.com/z7LNi>. Acesso em: 19 fev. 2021.
VANDEWALLE, D. A History of Modern Libya. New York: Cambridge University Press, 2012.
WIJK, R. The limits of military power. The Washington Quartely, Washington, v. 25, n. 1, p. 75-92, 2002.
ZAKARIA, Fareed. The future of american power: how America can survive the rise of the rest. Foreign Affairs, New York, v. 87, n. 3, May/Jun. 2008
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores(as) mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Internacional Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0, que permite seu uso, distribuição e reprodução em qualquer meio, bem como sua transformação e criações a partir dele, desde que o(a) autor(a) e a fonte originais sejam creditados. Ainda, o material não pode ser usado para fins comerciais, e no caso de ser transformado, ou servir de base para outras criações, estas devem ser distribuídas sob a mesma licença que o original.
b. Autores(as) têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores(as) têm permissão para publicar, nos repositórios considerados pela Conjuntura Austral, a versão preprint dos manuscritos submetidos à revista a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
d. Autores(as) têm permissão e são incentivados(as) a publicar e distribuir online (em repositórios institucionais e/ou temáticos, em suas páginas pessoais, em redes ou mídias sociais, etc.) a versão posprint dos manuscritos (aceitos e publicados), sem qualquer período de embargo.
e. A Conjuntura Austral: journal of the Global South, imbuída do espírito de garantir a proteção da produção acadêmica e científica regional em Acesso Aberto, é signatária da Declaração do México sobre o uso da licença Creative Commons BY-NC-SA para garantir a proteção da produção acadêmica e científica em acesso aberto.