MINUSTAH: A Aplicação do Smart Power Brasileiro nas Operações de Paz das Nações Unidas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22456/2178-8839.105925

Palavras-chave:

MINUSTAH, Smart Power Brasileiro, Guerra de Quarta Geração.

Resumo

O Brasil vem buscando, desde o início do século XXI, se firmar como um ator de maior peso no cenário internacional. Com esse objetivo, o país aceitou o desafio de liderar militarmente a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH). No país caribenho, as forças brasileiras tiveram que lidar com uma Guerra de Quarta Geração (4GW), que é o tipo de conflito mais comum desde o término da Guerra Fria. Para lidar com a 4GW, o Brasil adotou a estratégia do smart power, que combina o uso da força e com esforços diplomáticos. Dessa forma, este estudo analisa a aplicação do smart power brasileiro na MINUSTAH como um fator decisivo para a resolução do conflito haitiano. Após uma pesquisa bibliográfica e documental, foi possível verificar que o smart power brasileiro foi uma estratégia de sucesso no Haiti, lidando de forma efetiva com as ameaças não-estatais, estabilizando o país e reduzindo as mortes de civis decorrentes do conflito a um número bastante reduzido.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Josias Marcos de Resende Silva, Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME).

Doutorando em Ciências Militares pela Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. Mestre em Relações Internacionais e Resolução de Conflitos pela American Military University. Oficial do Exercito Brasileiro. E-mail: josias.silva@eb.mil.br­­­­.

Este trabalho está inserido no projeto de pesquisa "Mecanismos de Avaliação de Performance e a Contribuição Brasileira para as Operações de Paz no Âmbito das Nações Unidas no Século XXI" Edital - Portaria 236 (31/10/2018) do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEX).

Referências

ABDENUR, Adriana; CALL, Charles. A ‘Brazilian Way’? Brazil’s Approach to Peacebuilding. In: CALL, Charles, DE CONING, Cedric. Rising Powers and Peacebuilding: Breaking the Mold? Rethinking Peace and Conflict Studies. Cham: Springer Nature, 2017.

AGUILAR, Sérgio Luiz Cruz. Operações de Paz: novos mandatos e suas implicações para os países contribuintes com tropas. História e Cultura. v. 4, n. 1, p. 254-276, 2015. Disponível em: Directory of Open Access Journals. Acesso em: 21 abril 2015.

ALSINA JR, J. O Poder Militar como Instrumento da Política Externa Brasileira Contemporânea. Revista Brasileira de Política Internacional. v. 52, n. 2, p. 173-191, 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0034-73292009000200010&lng=en& nrm =iso&tlng=pt. Acesso em: 18 março 2020.

BANCO MUNDIAL. Homicide Rate Dataset. 2010. Disponível em: http://siteresources.worldbank.org/EXTCPR/Resources/407739-1267651559887/Homicide_Rate _Dataset.pdf. Acesso em: 19 março 2020.

BELLAMY, A. J.; WILLIAMS, P. D.; GRIFFIN S. 2010. Understanding Peacekeeping. 2 ed. Cambridge: Polity Press, 2010.

BERTONHA, J. F. Hard, soft ou smart Power? Perspectivas para a nova política externa dos Estados Unidos. Meridiano 47 - Boletim de Análise de Conjuntura em Relações Internacionais. v. l, n. 104, p. 16–18, 2009. Disponível em: http://search.ebscohost.com. ezproxy1.apus.edu/login.aspx?direct=true&AuthType=ip&db=tsh&AN=40400807&site=ehost-live&scope=site. Acesso em: 11 março 2020.

BRASIL. Estratégia Nacional de Defesa. Brasília: Ministério da Defesa, 2008.

BRASIL. Política Nacional de defesa - Estratégia Nacional de Defesa (versão preliminar). Brasília: Ministério da Defesa, 2016.

BRACEY, Djuan. O Brasil e as Operações de Manutenção da Paz da ONU: Os Casos do Timor Leste e Haiti. Contexto Internacional v. 33, n. 2, p. 315-331, 2011. Disponível em: http://search.proquest.com/docview/1281851734?accountid=8289. Acesso em: 21 abril 2015.

CLAUSEWITZ, Carl von. Da Guerra. Londres: Oxford University Press, 1984.

GRAY, Colin. Strategy and History: essays on theory and practice. London: Routledge, 2006.

DORN, A. Walter. Intelligence-led Peacekeeping: The United Nations Stabilization Mission in Haiti (MINUSTAH), 2006-07. Intelligence & National Security. v. 24, n. 6, p. 805-835, 2009. Disponível em: International Security & Counter Terrorism Reference Center, EBSCOhost. Acesso: 31 maio 2016.

ECHEVARRIA, Antulio. Fourth-Generation Wat and other Myths. Strategic Studies Institute. Carlisle: US Army War College, 2005.

GOMES, Maíra. Analysing Interventionism Beyond Conventional Foreign Policy Rationales: the engagement of Brazil in the United Nations Stabilization Mission in Haiti (MINUSTAH). Cambridge Review of International Affairs. v. 29, n. 3, p. 852-859, 2016. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/09557571.2016.1230587. Acesso em: 14 julho 2020.

KALDOR, Mary. Inconclusive Wars: Is Clausewitz Still Relevant in These Global Wars? Global Policy. v. 1, n. 3, 2010.

KHAN, M. A. The Fourth Generation Warfare. Defence Journal. v. 15, n. 5–6, p. 80–81, 2011. Disponível em: http://search.ebscohost.com.ezproxy2.apus.edu/login.aspx?direct=true&Auth Type=ip&db=aph&AN=82507660&site=ehost-live&scope=site. Acesso em: 11 março 2020.

MÜLLER, Frank; STEINKE, Andrea. Criminalising Encounters: MINUSTAH as a laboratory for armed humanitarian pacification. Global Crime. v. 19, n. 3-4, p. 228-249, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1080/17440572.2018.1498336. Acesso: 14 julho 2020.

MUXAGATO, B. El Smart Power y la no Indiferencia como nuevos principios de la política exterior brasileña. America Latina Hoy. n. 72, p. 89-101, 2016. Disponível em: https://revistas. usal.es/index.php/1130-2887/article/view/alh20167289101/15137. Acesso em: 11 março 2020.

NOSSEL, S. Smart Power. Foreign Affairs. v. 83, n. 2, p. 131–142, 2004. DOI 10.2307/20033907. Disponível em: http://search.ebscohost.com.ezproxy1.apus.edu/login.aspx? direct=true&AuthType=ip&db=tsh&AN=12364818&site=ehost-live&scope=site. Acesso em: 11 março 2020.

NYE, Joseph. O Futuro do Poder. São Paulo: Benvirá, 2012.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti. 2020. Disponível em: https://peacekeeping.un.org/en/mission/minustah. Acesso em: 16 março 2020.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Security Council Resolução 1542. 2004. Disponível em: https://www.securitycouncil report.org/atf/cf/%7B65BFCF9B-6D27-4E9C-8CD3-CF6E4FF96FF9%7D/CAC%20SRES%201 542.pdf. Acesso em: 16 março 2020.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. United Nations Peacekeeping Operations: principles and guidelines. New York: Department of Peace Operations, 2008.

PHELAN, P. Fourth Generation Warfare and its Challenges for the Military and Society. Defence Studies. v. 11, n. 1, p. 96–119, 2011. DOI: 10.1080/14702436.2011.553105. Disponível em: http://web.b.ebscohost.com.ezproxy2.apus.edu/ehost/pdfviewer/pdfviewer?vid=0&sid=63b7b23f-4ebb-42f3-9fa3-fe75f19b37f7%40sessionmgr101. Acesso em: 11 março 2020.

RAMSBOTHAM, O.; WOODHOUSE, T.; MIALL, Hugh. Contemporary Conflict Resolution. 3 ed. Cambridge: Polity Press, 2011.

SANTOS, M.; TEIXEIRA, U. Interests and Values in Obama’s foreign Policy: Leading from Behind? Revista Brasileira de Política Internacional. v. 58, n. 2, p. 119-145, 2015. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbpi/v58n2/0034-7329-rbpi-58-02-00119.pdf Acesso em: 20 abril 2020.

SHOJI, Alexandre. Ação Cívico-Social: do mundo para o Brasil e do Brasil para o mundo. Revista Verde Oliva. n. 230, dezembro 2015. Brasília: Centro de Comunicação Social do Exército.

SILVA, Josias. Alternative Strategy to the Crisis in the Central African Republic: The Establishment of a Permanent African Peacekeeping Force. Revista Brasileira de Estudos Africanos. v. 3, n. 6, p. 9-22, 2018. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/rbea/article/view/ 86789/52362. Acesso em: 10 julho 2020.

SIMONS, G. Fourth Generation Warfare and The Clash of Civilizations. Journal of Islamic Studies. v. 21, n. 3, p. 391–412, 2010. DOI 10.1093/jis/etq042. Disponível em: http://search. ebscohost.com.ezproxy2.apus.edu/login.aspx?direct=true&AuthType=ip&db=aph&AN=54294488&site=ehost-live&scope=site. Acesso em: 11 março 2020.

STATISTA. Homicide Rate in Haiti from 2007 to 2016. Disponível em: https://www.statista.com/statistics/1040687/homicide-rate-haiti/. Acesso em: 19 março 2020.

UCKO, David; BERDAL, Mats. The Use of Force in Peacekeeping Operations. The Rusi Journal. v. 160, n. 1, 2015. Disponível em: http://www.tandfonline.com.ezproxy2.apus. edu/doi/abs/10.1080/03071847.2015.1016718#.VTbJU-bF-So. Acesso em: 21 abril 2015.

UPSALLA CONFLICT DATA PROGRAM. Haiti. Disponível em: https://ucdp.uu.se/country/482. Acesso em 15 março 2020.

VIEIRA NETO, Floriano. Epopeia Militar Brasileira no Haiti. In: HAMANN, Eduarda; TEIXEIRA, Augusto. A Participação do Brasil na MINUSTAH (2004-2017): percepções, lições e práticas relevantes para futuras missões. Disponível em: https://igarape.org.br/wp-content /uploads/2018/03/2018-03-06-AE-MINUSTAH-PT.pdf Acesso em: 15 julho 2020.

VISACRO, Alessandro. A Guerra na Era da Informação. São Paulo: Editora Contexto, 2018.

ZWEIRI, M.; AWWAD, R. Obama’s “Smart-Power” Strategy, One Year On: The Case of the Middle East. DOMES: Digest of Middle East Studies. v. 19, n. 1, p. 1–14, 2010. DOI 10.1111/j.1949-3606.2010.00001.x. Disponível em: http://search.ebscohost.com.ezproxy1.apus. edu/login.aspx?direct=true&AuthType=ip&db=tsh&AN=64468768&site=ehost-live&scope= site. Acesso em: 11 março 2020.

Downloads

Publicado

2021-01-30

Como Citar

Silva, J. M. de R. (2021). MINUSTAH: A Aplicação do Smart Power Brasileiro nas Operações de Paz das Nações Unidas. Conjuntura Austral, 12(57), 38–50. https://doi.org/10.22456/2178-8839.105925

Edição

Seção

ARTIGOS