POLÍTICA MACROPRUDENCIAL: UMA LEITURA KEYNESIANA
DOI:
https://doi.org/10.22456/2176-5456.40732Palavras-chave:
Política macroprudencial, Keynes, Política econômica.Resumo
A crise econômica internacional trouxe à tona o debate acerca da necessidade de novos instrumentos de política econômica. Nesse particular, foram buscadas novas formas de se evitar os desequilíbrios financeiros que, em inflexões cíclicas repentinas, causam consequências no lado real da economia. Assim, deu-se enfoque à chamada política macroprudencial que, embora as primeiras alusões a ela sejam de meados da década de 1970, foi apenas recentemente trazida à ordem do dia. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho é realizar uma leitura keynesiana da política macroprudencial. O argumento subjacente é o de que a referida política pode ser apreendida como essencialmente keynesiana, pois lida com o caráter instável do sistema econômico e com o risco sistêmico endógeno. Além disso, as macroprudenciais se coadunam com o modus operandi das políticas econômicas keynesianas. As discussões e o desenvolvimento da literatura relativa ao tema têm ocorrido sob bases pragmáticas que não se relacionam imediatamente às escolas ortodoxas ou heterodoxas da ciência econômica. Logo, embora a literatura sobre as macroprudenciais, em termos de objetivos, instrumentos e canais de transmissão, já esteja avançada, há ainda a necessidade de um debate teórico a substanciar a utilização dessa política.